Com a incidência cada vez maior de casos de obesidade e com o próprio fator vaidade, perder peso tornou-se ao mesmo tempo uma questão de saúde pública e uma questão cultural. Uma infinidade de dietas surgiu com essa situação, a maioria com uma característica em comum, a redução ou a supressão de um grupo alimentar. Mais do que emagrecer, procura-se com essas dietas outros benefícios, como o controle glicêmico, evitar doenças cardiovasculares, enfim, uma vida saudável. Algumas dessa dietas tem um forte caráter popular. A dieta da lua, por exemplo, propõe que da mesma forma que a lua tem efeito sobre as mares, ela também tem influência no líquidos corporais. Em períodos de mudança de fase da lua, o seguidor da dieta deve permanecer por 24 horas se limitando a líquidos, suco e sopa. Outra dieta interessante, que também não possui embasamento científico é a dieta das cores. Segundo essa dieta, quanto mais coloridos forem os alimentos que a pessoa ingerir, mais saudáveis eles serão.
Inúmeras dietas têm sido analisadas, mas talvez as dietas low carbohydrate sejam as que mais têm provocado o interesse dos estudiosos atualmente. Essa dieta, como o nome sugere, preconiza a redução do consumo de carboidratos a valores ínfimos. A dieta cetogênica talvez tenha sido a primeira dieta desse gênero. Introduzida na década de 20 para o tratamento de pacientes com crises epilépticas, ela é ainda mais radical do que uma dieta low carb tradicional, pois todo o carboidrato é cortado da alimentação do paciente. Proteínas e principalmente lipídios são a base da dieta e juntamente com a ausência de carboidratos pretende-se promover o aumento da concentração de corpos cetônicos no sangue desses pacientes. Acredita-se que com isso o cé
rebro sofra um processo de adaptação em relação aos principais compostos utilizados como fonte de energia, sendo os corpos cetônicos utilizados ao invés da glicose e, dessa forma, evitando crises epilépticas que antes eram mais recorrentes.
Já está comprovado que a dieta de atkins causa redução de peso, mas não é só esse benefício que se espera dela. Seguindo as quatro fases da dieta é possível determinar a quantidade de ingestão limite de carboidratos e conseguir com isso uma relativa manunteção do peso. Além disso, a dieta tem sido aconselhada no tratamento de pessoas com diabetes tipo 2, justamente devido ao controle da insulina. A dieta, porém, tem suas desvantagens. Com a degradação das reservas na forma de gordura, substâncias conhecidas como corpos cetônicos são produzidos no fígado. Estas são destinadas a vários orgãos, como coração e cerébro(que não pode oxidar ácidos graxos para obter energia), para fornecer energia. A cetogênese, no caso dessa dieta, promove a chamada boa cetose, mas o incoveniente se encontra no mau hálito devido a produção excessiva de acetona. A dieta é pobre em fibras, o que pode gerar outro problema, a constipação intestinal. E a possível sobrecarga dos rins, devido ao grande consumo de proteínas, pode levar a condições de pedras nos rins e infecções nesses orgãos.
Uma versão mais branda da dieta de atkins foi desenvolvida pelo cardiologista Arthur Agatson, a dieta de south beach. Agatson, também professor de uma universidade de Miami(dai o nome da dieta) desenvolveu a dieta inicialmente para tratar doenças cardiovasculares, mas percebeu que era possível perder peso com ela. A proposta da dieta não é de restringir o consumo de nenhum grupo de alimentos, mas sim descobrir quais são os "bons" carboidratos e gorduras. Assim como a dieta de atkins, a dieta de south beach também tem suas fases. A primeira fase, a mais restritiva, prevê uma perda de até 5 kilogramas em duas semanas a partir da retirada de praticamente todos os carboidratos. Na segunda, alguns alimentos são reintroduzidos, como frutas e alguns alimentos a base de amido. Essa fase deve durar até a pessoa atingir o peso desejado. A terceira e última fase consiste em uma manutenção das fases anteriores e deve ser seguida para o resto da vida.
Um estudo publicado no New England Journal of Medicine co mparou três dietas - dieta low carb, dieta low fat e dieta do mediterrâneo - durante dois anos. O estudo mostrou que a dieta mais eficaz das três na perda de peso é a dieta low carb. Apesar desse resultado, muito ainda deve ser estudado para que se chegue a resultados mais concretos.
Bibliografia: http://www.sbnpe.com.br/revista/V22-N1-73. pdf
http://content.nejm.org/cgi/content/full/359/3/229
http://content.nejm.org/cgi/content/short/348/21/2082
http://saude.hsw.uol.com.br/dieta-atkins6.htm
http://saude.hsw.uol.com.br/como-perder-peso-com-uma-dieta-de-baixos-carboidratos5.htm
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