
A fenilcetonúria (PKU) é uma doença de caráter recessivo que ocorre devido a uma deficiência na enzima fenilalanina hidroxilase (PAH), representada ao lado, que catalisa a conversão de fenilalanina (Phe) em tirosina (Tyr). O portador dessa doença possui ou uma atividade residual dessa enzima (insuficiente), ou a completa ineficiência dela. Esse quadro leva a um acúmulo de Phe no sangue e em outros tecidos, assim como a consequente diminuição da concentração de Tyr no organismo, gerando efeitos variados no portador da doença, caso ela não seja tratada.


Os danos ao Sistema Nervoso são os mais variados. Entre eles, podemos citar a microcefalia, distúrbios de comportamento, convulsões, formação deficiente das bainhas mielínicas, podendo chegar ao retardo mental, quadro clínico mais grave da doença.
Além dos danos causados pelo acúmulo da Phe e de seus metabólitos, a baixíssima concentração ou ausência de Tyr também produz efeitos negativos no organismo. Por conta de sua ausência, a pigmentação da pele e cabelos do fenilcetonúrico fica comprometida, pois a reação de formação de melanina tem como primeira etapa a hidroxilação da Tyr, catalisada pela enzima tirosinase.

O diagnóstico da doença deve ser feito o quanto antes, para que já se possa dar início ao tratamento. Ele é feito através do teste do pezinho no recém nascido. É necessário que o bebê se alimente do leite materno nos períodos precedentes ao teste, para que possa ser feita uma análise da metabolização da Phe. Esses exames geralmente são feitos entre as primeiras 24 horas de vida até uma semana após o nascimento.

Essa dieta deve ser seguida rigorosamente, principalmente no período da infância. A sua descontinuação nesse período pode levar o portador àqueles danos no Sistema Nervoso citados anteriormente, podendo inclusive gerar perda de QI.
Por conta do rigor que a dieta impõe ao fenilcetonúrico e dos alimentos em sua maioria pouco palatáveis, os portadores sentem muita dificuldade em segui-la, principalmente as mulheres grávidas e as crianças. Uma alternativa ao uso da mistura de aminoácidos livres, uma pesquisa feita no Japão nos anos 70 desenvolveu um composto de hidrolisados protéicos livres de Phe. A grande vantagem desse composto é que ele é incolor e inodoro, podendo então ser adicionado a receitas mais aceitas principalmente por crianças, como bolos e chocolates.
Bibliografia:
Este vídeo é um "resumo musical" das principais considerações acerca da PKU, originalmente feita para estudantes que iam prestar o USMLE. Obviamente ele não possui todas as informações sobre a PKU, mas chega a ajudar no entendimento do mecanismo da doença:
-http://www.youtube.com/watch?v=1gaDFPOn-mw
Postado por Tiago Alencar
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