Bioquímica da Nutrição

Por uma Alimentação Saudável

Como lidar com a Intolerância à lactose

Bibliografia: http://www.youtube.com/watch?v=kczTr7Qm2og&feature=fvsr

postado por Felipe Ezequiel

Síndrome da PKU Materna


A Síndrome da PKU materna ocorre quando a mulher portadora da doença, estando grávida, não controla a dieta de baixo teor fenilalaneninêmico. A falta da disponibilização de informações acerca do assunto para as gestantes fenilcetonúricas é a grande causa da ocorrência da PKU materna.
Com o teor de Phe alto no sangue, o mesmo teor no sangue do feto será mais alto ainda, por conta do gradiente positivo transplacental. Isso acaba por gerar no bebê a PKU embrionária. Os danos neurológicos da PKU clássica irão se fazer presentes no feto, principalmente a microcefalia e o retardo mental, sem chance alguma de tratamento.
A ocorrência de retardo mental nesse caso é praticamente inevitável. Análises de dados revelam que, em 92% dos casos de PKU materna, há a ocorrência de retardo mental no recém-nascido. A ocorrência de microcefalia é de 73%, e entre 40 e 52% dos nascidos apresentam peso abaixo do normal. Ocorre também o aumento do risco de doenças cardíacas congênitas, que acomete a 15% dos nascidos.
Essas informações evidenciam a importância de um acompanhamento pré-natal de qualidade, principalmente de gestantes portadoras da PKU clássica. A gravidez de uma fenilcetonúrica costuma ser estressante, por conta da dieta altamente restritiva e das misturas de aminoácidos não palatável para algumas mulheres. Faz-se necessária, consequentemente, a promoção, por parte dos profissionais da saúde, do conhecimento do mecanismo de sua doença pelas gestantes, as consequências no bebê, assim como a importância da manutenção da dieta de baixo teor de Phe.

Referências:

Postado por Tiago Alencar

Alergia Vs Intolerância à Lactose

Intolerância à lactose não é o mesmo que alergia à lactose, são dois processos bioquímicos diferentes.
A intolerância à lactose é uma doença causada pela incapacidade corporal de produzir lactase suficiente para degradar toda lactose ingerida na alimentação, a lactase é uma enzima produzida por células localizadas na superfície mucosa do intestino delgado, essa incapacidade pode surgir de formas distintas, dentre elas estão a doença celíaca, o surgimento congênito e a síndrome do intestino curto (retitada cirúrgica de longos trechos do intestino).

A forma congênita é mais presente em pessoas de origem asiática, cerca de 90%, nos afro-americanos, nos índios, nos judeus, bem como nos mexicanos, a intolerância alcança níveis maiores que 50% dos indivíduos.
Os principais sintomas são: ruidos abdominais, gases, diarréia líquidas, desconforto abdominal, ardência anal e assaduras ocasionadas pela acidez fecal.
O diagnóstico é feito principalmente pela história clínica e o teste de intolerância a lactose, que consiste na medição do nível de degradação da lactose.
O tratamento tem por base a ingestão controlada de lactose, já existe disponível no mercado a enzima lactase sintética.

As alergias alimentares são raras e afetam cerca de 1% e 2% da população de adultos e 8% infantil. As pessoas que apresentam tais alergias as desenvoveram devido a uma resposta imuológica contra determinada proteína presente naquele alimento, uma vez sensibilizado toda vez que comer algum alimento com aquela proteína apresentará diversos sintomas. Os mais frequentes são inchaço na lingua e lábios, náuseas, vômito, diarréia, urticária e outros. A intolerância a lactose não provoca esses sintomas porque o sistema imunológico não é ativado.


postado po Felipe Ezequiel

Galactosemia tipo 3


Pessoas com essa rara deficiência de produção da enzima uridil difosfo galactose-4-epimerase acumulam galactose-1-fosfato ou uridina difosfato de galactose. O gene que causa tal deficiência está localizado no cromossomo 1pter ->1p21. Normalmente os doentes apenas tem leves déficits de função nessa atividade enzimática, não acarretando sensíveis mudanças no estado fisiológico, porém há aqueles que apresentam severas desordens no metabolismo da galactose podendo apresentar quadros sintomáticos semelhantes ao da galactosemia clássica.

Geralmente o diagnóstico é dado através de testes feitos no período neonatal, por aumento da galactose-1-fosfato, mas com a atividade da galactose-1-fosfato-uridiltransferase normal. A falta de galactose na alimentação pode causar uma diminuição da síntese de galactolipídios e galactoproteínas gerando diversos problemas semelhantes aos da galactosemia clássica, como por exemplo, dificuldades no desenvolvimento psicomotor da crança, todavia não existem bons parametros de recomendação de galactose para pessoas com tal problema, o que torna o tratamento extremamente difícil.
postado por Felipe Ezequiel

Panorama da PKU no Mundo e no Brasil

Mundialmente falando, a incidência da PKU varia de população para população. Essa incidência normalmente abrange uma variação entre 1 caso da doença para 10 mil a 30 mil nascidos vivos. Há casos de populações que fogem a essa tendência. No Japão, por exemplo, a incidência da patologia é de 1:143000, aproximadamente. Todavia, na Islândia, ela é de 1:6000. Pela análise do perfil epidemiológico da doença, nota-se uma grande ocorrência em caucasianos. A tabela abaixo mostra a incidência da PKU nos diversos países:

No Brasil, em 2001 e 2002, pesquisas revelaram incidências de, aproximadamente, 1:15800 e 1:24800, respectivamente. Entretanto, os dados obtidos na pesquisa não revelam a real condição da incidência da PKU no nosso país, pois apenas dados de 18 dos 27 estados brasileiros foram analisados, por não ter sido constatado um controle da doença em 8 desses 9 estados ausentes. A tabela abaixo apresenta o número de portadores da PKU em tratamento nos estados brasileiros:


Essa ausência de dados foi causada por problemas como a ausência de uma centralização dos dados coletados, falta de investimentos dos estados na triagem de recém-nascidos, inexistência de controle em algumas regiões, difícil acesso, tanto por parte da população quanto por parte dos profissionais, ausência de profissionais capacitados, entre outros. Em muitos estados, portadores devem se deslocar para outros estados para que possam ter um tratamento adequado da doença. Isso demonstra o descaso com que procedimentos em saúde de primeira importância, como a triagem neonatal, são tratados em alguns estados. A escassez de alimentos com baixo teor de fenilalanina no mercado e seu consequente alto preço também dificultam o tratamento adequado do fenilcetonúrico.
Toda essa problemática da saúde no Brasil, exemplificada aqui através da PKU, demonstra a urgência que o nosso país tem de implantar medidas realmente eficazes na área da saúde, deixando as medidas assistencialistas, que apenas remediam o problema, de lado. Somente assim haverá a real promoção da saúde no Brasil, tanto no caso da PKU quanto nas diversas outras doenças.

Bibliografia:


Postado por Tiago Alencar

Galactosemia tipo 2




A galactosemia tipo dois é uma deficiência genética autossômica recessiva que afeta a atividade da enzima galactoquinase. A cada 40.000 crianças nascidas uma apresenta essa alteração que está localizada no cromossomo 17q24, sua maior incidência é em ciganos, afro-americanos e habitantes da região dos Balcãs.


O quadro clínico é caracterizado pelo aparecimento de catarata, não havendo comprometimento de mais nenhum órgão, porém, já foi descrito o aparecimento de pseudo-tumor cerebral. O acúmulo de galactose é transformado em galactitol por ação da enzima aldolase redutase, esse metabólito se acumula no cristalino causando edema e desnaturação das proteínas gerando cataratas.


O primeiro indício da doença é o aparecimento de galactose no sangue e na urina sempre após o recebimento de leite. O diagnóstico é confirmado mediante a atividade da galactoquinase nos glóbulos vermelhos. É importante ressaltar que os heterozigotos apresentam atividade intermediária dessa enzima.


O início de uma dieta de alimentos com restrito nível de galactose é de suma importância para evitar o aparecimento de cataratas. É preciso controlar periodícamente os níveis de galactose e galactitol, que precisam estar abaixo de 140 mmol/mol de creatinina e 31 mmol/mol de creatinina respectivamente.





potado por: Felipe Ezequiel

Dieta do Mediterrâneo - Mais do que uma dieta, um hábito




A região do Mediterrâneo é característica por sua paisagem exuberante e sua cultura diversificada. Quem nunca quis presenciar uma tourada espanhola, ouvir um digno fado português ou visitar as imponentes ruínas gregas? Mais do que todas essas belezas, a região do Mediterrâneo tem oferecido também uma alimentação que tem se mostrado promissora na prevenção de diversas doenças.
A dieta do Mediterrâneo é na verdade um hábito alimentar associado a exercícios físicos. Peixes, frutas(principalemte maçã), bastante azeite de oliva, cereais e pequenas quantidades de outros carboidratos e proteínas é a constituição básica dessa alimentação. A dificuldade na recomendação dessa dieta é que não existe uma lista de alimentos que podem ou não ser ingeridos, como nas dietas tradicionais. Se duas pessoas da região, do mesmo país, forem questionadas sobre o que comem, as duas irão responder diferentemente.
Dois artigos, um publicado no New England Journal of Medicine em 2003 e outro um ano depois no Journal of American Medical Association, mostraram a relação entre a adesão a essa dieta e os riscos de algumas doenças. No primeiro, um grupo de mais de 20000 gregos foi estudado durante 44 meses, revelando a redução nas chances de morte por causas não específicas e por doenças cardiovasculares, nesse caso menores em até 33%, e por câncer, reduzidas em até 24%. No segundo estudo, publicado um ano depois, avaliou-se um grupo de idosos com mais de 70 anos de vários países da Europa por quase 10 anos e sendimentou-se as conclusões do estudo de 2003.


Referências: http://www.abcdasaude.com.br/dieta/index_Livro.php
Adherence to a Mediterranean Diet and Survival in a Greek Population http://content.nejm.org/cgi/content/abstract/348/26/2599
Mediterranean Diet, Lifestyle Factors, and 10-Year Mortality in Elderly European Men and Women
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/abstract/292/12/1433


Postado por Alexandre Antunes

PKU Clássica



A fenilcetonúria clássica é decorrente de uma deficiência na enzima Fenilalanina Hidroxilase (PAH), que catalisa a conversão da fenilalanina (Phe) em tirosina (Tyr). Com a ação dessa enzima prejudicada, ocorre o acúmulo de Phe no sangue e nos tecidos. As manifestações clínicas da PKU clássica não tratada são muito variadas, havendo algumas mais brandas e chegando a outras mais severas. Dentre elas, podemos citar deficiência na pigmentação da pele e cabelos, convulsões, eczemas na pele e os decorrentes dos danos ao Sistema Nervoso Central, como formação deficiente das bainhas de mielina, problemas psicomotores, microcefalia, chegando ao retardo mental, entre outros.
As baixas concentrações de Tyr decorrentes ocasionam uma deficiência na pigmentação da pele e dos cabelos, pois a primeira etapa da formação da melanina, que é a hidroxilação da Tyr pela enzima tirosinase, não ocorre.
O acúmulo de Phe no sangue promove a utilização da mesma em vias metabólicas pouco significativas em pessoas normais. A Phe reage com o alfa-cetoglutarato, produzindo glutamato e o fenilpiruvato. A enzima que catalisa essa reação é a fenilalanina transaminase. O fenilpiruvato, por ter uma estrutura parecida com a do piruvato, compete com o mesmo pela enzima piruvato translocase, que transporta o piruvato para dentro da mitocôndria. Essa competição acaba por restringir a produção de ATP a partir da glicose, sendo o ATP o único substrato oxidável para o cérebro. Uma outra proposta para explicar os danos causados ao Sistema Nervoso Central do portador da PKU foi feita a partir de estudos realizados por Bowden e McArtur, em 1972. A proposta alega que o fenilpiruvato inibiria a piruvato desidrogenase no cérebro. O fenilpiruvato é convertido também a fenilacetato e a fenil-lactato por descarboxilação e redução, respectivamente. Estes são apenas alguns dos mecanismos neurotóxicos da Phe e de seus metabólitos.
O tratamento da PKU clássica consiste basicamente na adoção de uma dieta especial, com alimentos de baixo teor fenilalaninêmico, e um suplemento de aminoácidos livres. A dieta do fenilcetonúrico, no fim das contas, se assemelha muito com a dieta vegan, abordada pelo colega Rafael. É também utilizado na dieta uma mistura de aminoácidos livres. O objetivo da dieta é suprir as necessidades metabólicas do organismo, como a síntese protéica e a produção de Tyr.
Caso a dieta seja mantida com rigor, principalmente durante a infância, o fenilcetonúrico pode levar uma vida normal, como demonstra este pequeno vídeo do YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=KUJVujhHxPQ

Referências:

-Marzzoco & Torres - Bioquímica Básica - Terceira Edição - editora Guanabara Koogan



Postado por Tiago Alencar



Dieta de Beverly Hills - Será que merece um oscar?


Beverly Hills, lar de muitos famosos e imortalizada na série Beverly Hills 90210 (Tristemente traduzida no Brasil como Barrados no Baile), é também o nome de uma dieta, a Dieta de Beverly Hills. Idealizada pela americana Judy Mazel, logo se tornou uma febre entre famosos que queriam perder peso rapidamente. E por que? Há quase 20 anos,Judy,uma ex-obesa, conseguiu perder 36 quilos seguindo sua dieta, que logo se tornou um livro.

Mazel não teve base científica alguma.A proposta da dieta é um consumo desenfreado de frutas durante 10 dias, além da supressão de outros grupos alimentares como carboidratos, gorduras e proteínas. Depois desse período, alguns carboidratos e manteiga são permitidos durante outros 10 dias e somente a partir do vigésimo dia são permitidos alimentos que contenham proteínas. É inegável que as frutas são fontes saudáveis de vitaminas e fibras ,mas a perda de peso rápido não compensa a carência de outros nutrientes essenciais e que estão presentes em outros alimentos.
A autora da dieta lançou mais um livro, intitulado "A nova dieta de Beverly Hills", tão radical quanto a versão anterior, dessa vez Judy ressalta o papel do abacaxi(estampado na capa do livro) e seu "poder de queimar gordura". E então? A Dieta de Beverly Hills merece um oscar? Bem, no máximo um troféu abacaxi.

Referência: http://dietafacil.awardspace.com/dieta-de-beverly-hills.html

Postado por Alexandre Antunes

Os humanos são naturalmente carnívoros?

Esta animação mostra que não. Na realidade, os humanos apresentam um perfil onívoro, assim como diversos outros animais. No mundo contemporâneo, contudo, é possível escolher que tipo de alimento se deseja comer, e a dieta vegetariana bem planejada pode suprir todas as necessidades nutricionais. Hoje, a alimentação é uma questão de opção, não apenas um meio de sobrevivência. O video é do site www.bizarro.com e é bem engraçado, o narrador é um porco falante. Para saber o resto é só conferir abaixo.




Postado por Rafael.

Deficiências nutricionais comuns na dieta vegetariana: Vitaminas

Vitamina D:
A vitamina D atua na absorção de cálcio e regula a mineralização dos ossos e dos dentes. Nas células da mucosa intestinal, age como um típico hormônio esteróide na indução da síntese de uma proteína necessária ao transporte de cálcio, mantendo os níveis homeostáticos de cálcio no sangue. A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel sintetizada a partir de um intermediário da síntese do colesterol e radiação UV ou obtida a partir dos alimentos na dieta. A deficiência em vitamina D pode aumentar o risco de raquitismo em crianças e de osteoporose em idosos.
A vitamina D é encontrada em duas formas: esgocalciferol (vitamina D2) e colecalciferol (vitamina D3). A vitamina D3 não pode ser obtida diretamente nas dietas vegetarianas, uma vez que está presente apenas em alimentos de origem animal, especialmente em peixes de água salgada, fígado e gema de ovo. Nos vegetarianos, a vitamina D3 só pode ser produzida na pele por radiação UV e um precursor do colesterol, o que evidencia a importância da exposição diária ao sol, especialmente no caso dos idosos. A vitamina D2, por sua vez, está acessível aos vegetarianos por meio de alimentos enriquecidos por iradiação de ergosterol presente em vegetais e leveduras. Muitos alimentos fortificados estão no mercado, como leite, manteiga, bebidas a base de soja e sucos.
O status de vitamina D em vegetarianos depende, portanto, da exposição ao sol e da ingestão de comidas fortificadas e suplementos. Cerca de 5 a 15 minutos de exposição diária ao sol já pode suprir as necessidades do organismo. A suplementação é recomendada, geralmente, para vegetarianos habitantes de altas latitudes, quando a exposição ao sol e a ingestão de comidas fortificadas é insuficiente.


Vitamina B12
A vitamina B12 participa em processos de divisão celular, fluidez da bainha de mielina e manutenção do sistema nervoso. Sua deficiência está associada a doenças hematopoiéticas, neurológicas e cardiovasculares. A B12 é uma vitamina hidrossolúvel, sintetizada exclusivamente por microrganismos, encontrada em praticamente todos os tecidos animais e estocada primariamente no fígado. A fonte natural de vitamina B12 na dieta humana restringe-se a alimentos de origem animal, especialmente leite, carne e ovos. Os ovolactovegetarianos podem atingir e ultrapassar as os valores diários recomendados de vitamina B12, desde que o consumo de ovos ou laticínios seja regular, pois essa vitamina está presente nesses alimentos. No entanto, os veganos sem suplementação ou uso de alimentos enriquecidos, não ingerem essa vitamina em quantidade adequada, o que pode causar deficiências a longo prazo, visto que o estoque de B12 hepático pode durar por vá­rios anos. A vitamina B12 deve ser oferecida como su­plementação para todos os veganos, gestantes e crianças vegetarianas.
A vitamina B12 é essencial em diversas reações bioquímicas na natureza, a maioria das quais implica redistribuição de hidrogênios e de carbonos. No organismo humano funciona como um co-fator essencial para duas enzimas: metionina sintase e L-metilmalonil-coA mutase, ambas direta ou indiretamente envolvidas no metabolismo da homocisteína (Hcy). A deficiência de vitamina B12 inibe a função dessas enzimas, aumentando os níveis de Hcy e ácido metilmalônico (MMA) e comprometendo as reações de metilação, que levarão ao desenvolvimento de patologias de diferentes graus de severidade, podendo até mesmo tornarem-se irreversíveis.
A anemia megaloblástica é a doença mais comum relacionada a deficiência de B12. Está relacionada à diminuição de hemoglobina, caracterizando anemia, e macrocitose nas células da medula óssea, gerada por defeito na síntese de DNA, que dificulta a divisão celular, enquanto o RNA e a síntese de outros componentes celulares mantêm-se inalterados. A deficiência de B12 está associada também a acidose metabólica decorrente do aumento da concentração de MMA, efeitos desmielinizantes nas células neuronais e consequentes danos neurológicos, que podem variar desde polineurites de ordem sensorial até distúrbios psiquiátricos e de aprendizagem. O quadro clássico caracterizado por anemia megaloblástica associada a sintomas neurológicos apresenta frequente aparecimento da tríade fraqueza, glossite e parestesias. A hiperhomocisteinemia é também fator de risco independente para arterosclerose, ligada ao aumento da geração de espécies reativas de oxigênio, da peroxidação lipídica e do dano tecidual do endotélio vascular, aumentando o risco de doenças cérebro e cardiovasculares.
O diagnóstico da deficiência de vitamina B12 está relacionado a dosagens de B12 sérica, MMA, Hcy e holo-Tc, um transportador plasmático da vitamina. É muito importante que os vegetarianos, em especial os veganos, estejam atentos à ingestão diária de B12, seja por suplementos e alimentos fortificados ou por comidas de origem animal, como ovos e laticínios.


Referências: Fisiopatologia da deficiência de vitamina B12 e seu diagnóstico laboratorial. Cóvis Paniz et al. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1676-24442005000500007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: Vegetarian diets http://download.journals.elsevierhealth.com/pdfs/journals/0002-8223/PIIS0002822303002943.pdf

Manual de Bioquímica com correlações clínicas. Thomas Devlin.

Figuras: http://galeriacores.no.sapo.pt/Sites%20google/Vitamina%20D%20pode%20retardar%20o%20envelhecimento.gif

http://www.biopsicologia.net/fichas/fig-08-0014.gif

http://www.saudeja.com.br/images/product/G/vitaminab12rainha.jpg

Postado por Rafael.

Deficiências nutricionais comuns na dieta vegetariana: Minerais

Ferro:
O ferro é um elemento essencial presente na maioria dos seres vivos. Diversas proteínas contém o grupo prostético heme, que é uma molécula de porfirina contendo um átomo de ferro, o qual permanece no estado ferroso Fe 2+ na hemoglobina e na mioglobina. Outras moléculas, como os citocromos e a catalase, também contém heme. O ferro está associado ao transporte de oxigênio no sangue, pois faz parte da hemoglobina presente nas hemácias; e está ligado a processos de transferência de elétrons, pois pode mudar seu estado de oxidação, como nos centros Fe-S presentes na cadeia respiratória em mitocôndrias.
Dessa forma, a deficiência de ferro geralmente se enquadra no quadro de anemia, com a diminuição da quantidade de hemácias, cujos sintomas mais frequentes são fadiga, palidez e fraqueza. Em estado mais avançado gerar dores de cabeça latejantes e afetar o crescimento e o desenvolvimento físico e mental em crianças.
O ferro na carne e no sangue, forma heme, é mais fácil absorvido por mecanismo independente do que as formas não heme presentes em vegetais. A absorção do ferro é aumentada por alguns aminoácidos, ácido ascórbico, ácidos orgânicos e açúcares, enquanto é prejudicada por fitatos, oxalatos e taninos, que formam hidróxidos insolúveis. A absorção de ferro também é determinada pelo estado nutricional dos indivíduos, isto é, mais ferro é absorvido por indivíduos deficientes neste mineral do que em pessoas sãs.
Devido à menor absorção do ferro não heme presente em vegetais, leite e ovos, os vegetarianos devem comer maior quantidade de ferro que, associada a uma ingestão de vitamina C presente nas frutas cítricas, pode suprir bem as necessidades do corpo. As fontes de ferro mais comuns para vegetarianos são: vegetais folhosos verde-escuros (exceto espinafre), como agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas, melado de cana-de-açúcar, rapadura e açúcar mascavo.

Cálcio:
Suas principais funções estão associadas à contração muscular, à liberação de neurotransmissores, além de atuar como mensageiro secundário na transdução de sinal para sinalização hormonal e constiyuir os osso e os dentes. Na deficiência de cálcio, o organismo reage retirando cálcio dos ossos para manter os níveis sanguíneos, o que pode levar ao raquitismo e à osteoporose em casos mais graves.
A maior parte do cálcio dos alimentos de origem ve¬getal está combinado a compostos inibidores de absorção, que incluem ácidos oxálicos e fítico, fosfato e fibras. Uma boa prática culinária que pode promover, em par¬te, a eliminação do ácido oxálico contido nos alimentos, é a fervura dos vegetais ricos nessa substância, com o descarte da água de cocção. Entretanto, nem todos os vegetais ricos em ácido oxálico são preparados dessa maneira. Portanto, a dieta rica em ácido oxálico deve ser compensada com um aumento da ingestão de alimentos ricos em cálcio.
Sendo o leite o alimento com maior concentração e bio¬disponibilidade de cálcio, ovolacto e lacto vegetarianos geralmente não apresentam deficiência nesse mineral. Para os veganos é importante consumir outros alimentos ricos em cálcio, como: hortaliças tais como brócolis, couve, couve-flor, repolhom, verduras verde escuras, algas marinhas, gergelim integral, amêndoas, feijões entre outros.

Zinco:
O zinco é componente de metaloenzimas associadas ao DNA e ao RNA e de enzimas digestivas, e está associado com a insulina. Seu papel estrutural é estabilizar a estrutura quaternária das enzimas. Também participa na armazenagem e secreção de hormônios e a concentração de aminoácidos neurotransmissores no cérebro. A deficiência de Zn pode provocar paraqueratose, afetar as secreções pancreáticas e de outros sistemas enzimáticos e causar problemas no crescimento. O retardo no crescimento resulta da redução da biossíntese de ácidos nucléicos e, conseqüentemente, de proteínas e utilização de aminoácidos, o que impede divisão e crescimento celular.
A absorção de zinco é diminuída por fatores dietéticos extrínsecos, que incluem o ferro não-heme, ácido etilenodiamina tetracético (EDTA), fibra dietética, ácido fítico, cálcio, cobre e alimentos específicos, como leite de vaca, queijo, café, ovos, limão e aipo, que diminuem a bio¬disponibilidade do zinco. É bom que vegetarianos tenham em sua dieta fontes confiáveis de zinco, como os laticínios, feijões e ervilhas, fermento seco, nozes, sementes e cereais integrais. As sementes de abóbora estão entre as fontes alimentares vegetais de zinco mais concentradas.

Os vegetarianos podem evitar problemas potenciais no estado nutricional com relação aos minerais, adequando a ingestão de fibra, fitato e oxalato a um grau razoável. O ácido fítico é um ácido orgânico de ação quelante, que se liga aos minerais formando compostos insolúveis, o que pode alterar o valor nutritivo do alimento onde está presente e também do alimento que não o possui, mas que é ingerido concomi¬tantemente na dieta. Ele é encontrado em todas as proteí¬nas de sementes, várias raízes e tubérculos. Essa substância não é destruída no processamento normal das proteínas (cozimento) nem alterada durante sua passagem pelo trato gastrointestinal. Estudos com produtos processados de soja constataram efeitos negativos do ácido fítico, fato importante dietas vegetarianas, já que os produtos de soja são amplamente consumidos por seus adeptos.


Referências:
Padrão alimentar da dieta vegetariana. Patricia Couceiro, Eric Slywitch, Franciele Lenz. http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/518-v6n3aRW518portp365-73.pdf
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/22235
http://pt.wikipedia.org
http://www.vegetarianismo.com.br

Figuras:
http://www.plenarinho.gov.br/saude/imagens/ferro.jpg
http://canalescolar.lactogal.pt/upload/Image/calcio.gif
http://wm.agripoint.com.br/imagens/banco/133.gif
Postado por Rafael.

Vegetarianismo???


Segundo a Bíblia: “Tenho-vos dado todas as ervas que produzem semen¬te e se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dá semente. Servos-á para mantimento.” (Gênesis 1:29)
Segundo Pitágoras: "Enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor."
Segundo Sidarta Gautama, o Buda: "Feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e só se alimentassem de alimentos sem derrame de sangue. Os dourados grãos, os reluzentes frutos e as saborosas ervas que nascem para todos, bastariam para alimentar e dar fartura ao mundo."
Segundo Leonardo Da Vinci: "Tempo virá em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente como hoje se julga o assassínio de um homem."
Segundo Albert Einstein: "Sou um fervoroso seguidor do regime vegetariano. Mais que nada por razões morais e estéticas. Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará as chances de sobrevivência da vida na terra quanto a evolução para uma dieta vegetariana. A ordem de vida vegetariana, por seus efeitos físicos, influenciará o temperamento dos homens de uma maneira tal, que melhorará em muito o destino da humanidade."
Segundo Paul e Linda McCartney: "Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos. Nós nos sentimos melhores com nós mesmos e melhores com os animais, sabendo que não estamos contribuindo para o sofrimento deles".
Segundo Gandhi: "Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos."
Segundo Sathya Sai Baba: “O alimento tem um papel importante no cultivo da compaixão universal. O alimento sátvico (puro, equilibrado, vegetariano) possibilita ao buscador espiritual apreender a realidade onipresente da Divindade.”

Referências: http://irradiandoluz.blogspot.com/2008/07/pensadores-vegetarianos.html
http://www.sathyasai.org.br
Figura: http://planetavegetariano.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
Postado por Rafael.

The Meatrix

Imagine se cada pequeno fazendeiro que produz diariamente cerca de 30 litros de leite fosse exigido a atingir a meta de 700 litros diários para atender à demanda das grandes indústrias. Seria praticamente impossível. Aumentar a produção e oferecer preços mais baixos no mercado significa implantar novas tecnologias. Caso contrário, este pequeno produtor deixa de existir.
Mais informações e vídeos estão disponíveis no site: http://www.themeatrix.com/intl/brazil/




Postado por Rafael

Dieta vegetariana e níveis de colesterol e triglicérides

O colesterol é uma molécula apolar e, portanto, insolúvel em água. Para ser transportado no plasma, precisa, então, de lipoproteínas específicas. Entre elas estão: a lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), a lipoproteína de baixa densidade (LDL), e a lipoproteína de alta densidade (HDL). Diferentemente da VLDL e LDL, conhecidos como colesterol ruim, a HDL é chamada de colesterol bom, pois ajuda a proteger contra a arterosclerose. Isso ocorre poque a HDL não possui a apolipoproteína B-100, que é reconhecida pelos tecidos, tendo um comportamento totalmente diferente da LDL e da VLDL. Assim, a HDL é responsável pelo transporte reverso, que leva principalmente o colesterol dos tecidos para o fígado. Se uma pessoa apresenta uma relação elevada entre HDL e LDL, tem menor probabilidade de desenvolver aterosclerose, doença que pode levar a complicações como infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais. Níveis elevados de triglicérides também têm sido associados à maior incidência de doenças coronarianas por aterosclerose. A carga genética é um fator importante nos níveis de colesterol sérico, influenciando a atividade metabólica do indivíduo. Há, no entanto, evidências de que o consumo moderado de álcool provoca um aumento na fração HDL e estimula o transporte reverso de lípideos. Pesquisas mostram também que determinadas dietas, como a Mediterrânea, colaboram para um melhor perfil colesterolêmico. Da mesma forma, outros estudos concluíram que indivíduos com dieta vegetariana têm menores níveis de lipídios sangüíneos, principalmente LDL e triglicérides, em relação aos que comem carne.

Com base na coleta de amostras sangüíneas de 76 indivíduos de ambos os sexos, pesquisadores da UCSP (Universidade Católica de São Paulo) fizeram este estudo com o objetivo de comparar os valores de triglicérides (TG), colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL) entre indivíduos vegetarianos e onívoros. Os indivíduos participantes da pesquisa foram separados em quatro grupos de dieta: onívoros, ovolactovegetarianos, lactovegetarianos e vegetarianos estritos (veganos), o que permitiu também um estudo comparativo entre os tipos de vegetarianismo.

Os vegetarianos estritos apresentaram taxas significantemente menores que os onívoros, no que se refere a CT, LDL e TG, e proporção HDL/CT significantemente maior, mesmo após ajuste para idade, sexo e tabagismo. Para os lactovegetarianos e ovolactovegetarianos, as taxas de CT, LDL e TG são significantemente menores. Para as taxas de CT, LDL e TG, observa-se diferença significante entre as amostras, sendo o maior valor nos onívoros, havendo decréscimo nos vegetarianos, de acordo com o grau de restrição de produtos de origem animal, sendo a menor taxa observada nos "vegans".
Dessa forma, os resultados sinalizam para a relação entre baixos níveis lipídicos e dieta vegetariana, fator de grande importância para a prevenção de doenças.

Referências:

Dieta vegetariana e níveis de colesterol e triglicérides.
Simone Grigoletto De Biase; Sabrina Francine Carrocha Fernandes; Reinaldo José Gianini; João Luiz Garcia Duarte.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007000100006

Figura: http://www.cozinhajaponesa.com.br/blogs/alimentarte/wp-content/uploads/2009/01/hdl-ldl.jpg

Postado por Rafael.

Padrão Alimentar Vegetariano: benefícios e possíveis deficiências nutricionais

Uma dieta vegetariana equilibrada subentende um padrão alimentar diverso e composto por grupos alimentares variados. A dieta ovolactovegetariana é baseada em cereais, leguminosas, horta­liças, frutas, amêndoas, castanhas, nozes e frutas secas, laticínios e ovos e exclui carne, peixe e aves. O padrão alimentar do ve­getariano estrito é semelhante ao padrão do ovo-lac­to-vegetariano, exceto pela exclusão adicional de ovos, laticínios e outros produtos de origem animal.

Muitos estudos científicos recentes comparam as populações vegetarianas às onívoras e contabilizam dados relacionados que mostram vantagens e desvantagens. A posição da Associação Dietética Americana (ADA) é que dietas vegetarianas apropriadamente planejadas são saudáveis, são adequadas nutricionalmente e trazem benefícios para a prevenção e o tratamento de certas doenças. Estudos científicos mostram que vegetarianos geralmente apresentam menores taxas de morbidade e mortalidade de muitas doenças crônico-degenerativas se comparados aos onívoros. Apesar do estilo de vida, que inclui a prática de atividades físicas e a abstinência de fumo e álcool, ter um papel importante, a dieta vegetariana é, sem dúvida, um fator que contribui para estas estatísticas.
A dieta vegetariana promove a ingestão privilegiada de fibras, antioxidantes, como as vitaminas A, C, D e E, e fitoquímicos, ao mesmo tempo que apresenta um menor consumo de gorduras saturadas, colesterol e gorduras animais. Esse padrão alimentar é benéfico para o organismo e pode auxiliar na prevenção de diversas patologias, tais como doença arterial coronariana, hipertensão, obesidade, diabetes mellitos tipo 2 e alguns tipos de câncer.
Contudo, considerações nutricionais devem ser seguidas pelos vegetarianos, de modo a substituir alguns nutrientes presentes em maior teor nos produtos animais. A deficiência de alguns macro e micronutrientes específicos pode acarretar doenças que, com algumas alterações na dieta, poderiam ser facilmente evitáveis. Vegetarianos, em geral, consomem uma menor quantidade de proteínas e devem estar atentos para algumas vitaminas e minerais que não podem deixar de compor a dieta.
Observa-se em estudos populacionais que, dentre todos os nutrientes ingeridos pelas populações vegetaria­nas, excluindo-se o uso de suplementos, apenas a vitamina B12 pode realmente estar inadequada. Todos os demais nutrientes ingeridos podem estar ade­quados nas dietas vegetarianas, no entanto, é preciso estar atento à ingestão de ferro, zinco, cálcio e ômega 3 da dieta.
Portanto, vegetarianos devem programar sua dieta, de modo a torná-la equilibrada e consistente. Um instrumento para regular uma dieta vegetariana saudável é seguir pirâmides alimentares confiáveis e criadas para este fim. A seguir, está a pirâmide alimentar proposta pela Associação Dietética Americana (ADA), com recomendações nutricionais diárias.




GORDURAS, ÓLEOS E DOCES - use raramente doces, manteiga, margarina, maionese, óleo de cozinha.
GRUPO DO LEITE, IOGURTE E QUEIJO 0-3 porções diárias. Leite - 1 xícara, iogurte - 1 xícara, queijo natural - 45g.
GRUPO DOS FEIJÕES, NOZES, CASTANHAS, SEMENTES, OVOS E SUBSTITUTOS DA CARNE 2-3 porções diárias. Leite de soja - 1 xícara, feijões ou ervilhas cozidos - 1/2 xícara, 1 ovo ou 2 claras de ovo, nozes ou sementes - 2 colheres de sopa, tofu ou tempê - 1/4 de xícara, manteiga de amendoim - 2 colheres de sopa.
GRUPO DOS LEGUMINOSAS E VERDURAS 3-5 porções diárias. Cozidos ou crus, leguminosas - 1/2 xícara, vegetais folhosos crus - 1 xícara.
GRUPO DAS FRUTAS 2-4 porções diárias. Suco - 3/4 de xícara, frutas secas - 1/4 de xícara, fruta crua picada - 1/2 xícara, 1 fruta de tamanho médio, como banana, maçã ou laranja.
GRUPO DO PÃO, FLOCOS DE CEREAL, ARROZ E MACARRÃO 6-11 porções diárias. Pão de forma - 1 fatia, cereal em flocos pronto para comer - 30 g, cereal cozido - 1/2 xícara, arroz cozido, macarrão ou outros cereais - 1/2 xícara, bisnaga - ½.

Referências: Position of the American Dietetic Association: Vegetarian Diets http://download.journals.elsevierhealth.com/pdfs/journals/0002-8223/PIIS0002822397003143.pdf

Postado por Rafael.

Tipos de Vegetarianismo

Os padrões nutricionais dos vegetarianos variam bastante. Os alimentos mais comuns são cereais, legumes, verduras, frutas, sementes, frutas secas tais como nozes, ovos e derivados do leite, sendo que estas duas últimas fontes, de origem animal, são excluídas da dieta no vegetarianismo estrito, também conhecido popularmente como veganismo.
Conhecer algo sobre os tipos de vegetarianismo é importante para diferenciar as dietas de cada um desses grupos. Dependendo dos produtos ingeridos, podem ser detectadas diferentes consequências a nível da bioquímica e da saúde, que serão enfocadas em nosso blog.
A seguir, seguem algumas variações no padrão alimentar que caracterizam tipos específicos de vegetarianismo. Essas definições foram obtidas no site Centro Vegetariano, no qual estão disponíveis muitas informações deste gênero, inclusive receitas .

Ovo-lacto-vegetarianos
Comem lacticínios e ovos, além dos produtos de origem vegetal.
Lacto-vegetarianos
Este grupo de vegetarianos exclui os ovos da sua dieta, por vezes por motivos de saúde, visto que o ovo contém um elevado nível de colesterol. No entanto, não sentem necessidade de abrir mão dos lacticínios por vários motivos. Entre eles a suposta dificuldade em excluir todos os produtos que contenham leite ou derivados, porque estão atravessando uma fase de transição para o veganismo ou simplesmente porque gostam dos lacticínios.
Ovo-vegetarianos
Incluem na sua alimentação os ovos, mas excluem o leite e todos os seus derivados.Muitos dos que retiram o leite da sua alimentação fazem-no por preocupações ambientais, compaixão pelos animais ou por motivos de saúde (intolerância à lactose, por exemplo).
Vegetarianos
Também conhecidos como "vegetarianos puros", os vegetarianos são aqueles que excluem apenas da sua alimentação todos os ingredientes de origem animal (ovos, lacticínios, mel, gelatina, etc.).Geralmente são pessoas que pretendem tornar-se veganas, mas que ainda consideram não ter as condições que lhe permitam também excluir produtos animais da roupa, dos produtos de higiene, dos detergentes e de muitos outros aspectos da sua vida diária. Alguns dos argumentos usados para excluir os produtos animais apenas da alimentação são o facto de alguns produtos veganos serem mais caros e ainda um pouco difíceis de encontar. Há ainda quem seja vegetariano puro apenas por motivos de saúde.
Veganos
Não consomem produtos de origem animal. Também “vegetarianos radicais”, ou pelo termo inglês vegan. Este grupo exclui a carne de animais (carne vermelha, aves, peixe) e também produtos animais (ovos e lacticínios). Exclui ainda o mel e a gelatina, o uso de produtos de origem animal (couro, seda, lã, lanolina), os produtos testados em animais e os espectáculos onde a exploração animal é motivo de entretenimento (circo, touradas, etc.).O veganismo vai, pois, além da alimentação (os que excluem todos os produtos derivados de animal só da alimentação são, por vezes, designados de vegetarianos puros) e pode ser definido como uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do prático, todas as formas de exploração e tratamento cruel de animais na alimentação, no vestuário e com qualquer outro fim.O repúdio às práticas cruéis inerentes à produção de lacticínios e à criação de animais e aves é, provavelmente, a razão mais comum para a adopção do veganismo.Os veganos não querem apoiar a indústria da carne. Por isso recusam-se a comer ovos ou lacticínios. Muitas pessoas não comem esses produtos também por causa das condições em que são produzidos.
Frugívoros
Os frugívoros (também designados como frutívoros) alimentam-se exclusivamente de frutos, grãos e sementes, como tomate, banana, manga, abacate, nozes, pepino, abóbora e amendoim, entre outros.Têm uma alimentação muito semelhante aos veganos, com a diferença que se recusam a utilizar alimentos que matam a planta. Evitam assim todas as raízes, como sejam: cenoura, batata, cebola. Os rebentos são também evitados, como os de soja e alfafa.O frugivorismo, assim como o veganismo, é geralmente encarado como uma forma de vida. Além da recusa em contribuir para a exploração e morte animal, também se recusam a participar da morte das plantas.Quem adopta esta forma de vida geralmente fá-lo por razões espirituais, de compaixão por todos os seres vivos.
Crudívoros
Alimentam-se única e exclusivamente de alimentos crus. Defendem que o homem é o único animal que cozinha os alimentos, destruindo com isto as suas propriedades nutritivas e que estamos preparados para digerir e assimilar alimentos crus (naturais).



Pirâmide Alimentar Vegetariana Comum

Referências: http://www.centrovegetariano.org/

Imagens: http://etnies.com/blog/2008/07/22/this-ones-for-my-vegans/ http://www.saillev.pt/yoga/site2007/vegetarianismo.htm http://aenergiacura.com.sapo.pt/iniciacao-pres.htm

Postado por Rafael Mendes.

Dietas Cetogênicas - Tratamento para Epilepsia





A partir de relatos bíblicos o Dr Wilder desenvolveu em 1921 um tratamento alternativo para a epilepsia, a dieta cetogênica. Esta consiste numa redução de carboidratos,no estabelecimento de taxas controladas de proteínas e em quantidades consideráveis de lipídeos a fim de desenca-
dear cetogênese(síntese de corpos cetônicos) no fígado em estado de jejum e alimentado. Acredita-se que com os níveis elevados de cetose sanguínea o cérebro estabelece um período adaptativo de aproximadamente 20 dias no qual os corpos cetônicos tornam-se os principais geradores de energia nesse orgão, ao invés da glicose. O resultado dessa situação é um aumento do limiar convulsivo. Estudos demonstraram que há uma relação entre os níveis dos corpos cetônicos acetoacetado e beta-hidroxibutirato na incidência de crises epilépticas, provavelmente devido a um aumento no nível de reservas energeticas do cérebro.
O potencial cetogênico de uma dieta é a capacidade de provocar e manter os níveis de acetoacetado e beta-hidroxibutirado e é dependente dos níveis de carboidratos, lipídios e proteínas. A degradação de ácidos graxos produz corpos cetônicos, enquanto que a glicose, através da insulina, inibe essa síntese.Apesar de difícil,principalmente devido ao paladar não muito agradável, essa dieta é uma alternativa promissora para o tratamento de crianças com crises epilépticas e que não respondem bem aos tratamentos farmacológicos.

Referências:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000400026&lng=en&nrm=iso&tlng=en

Postado por Alexandre Antunes
Vegetarianismo: significado e um pouco de sua história.

A definição mais adotada para o vegetarianismo é: regime alimentar segundo o qual nada que implique sacrifício de vidas animais deve servir à alimentação. Vegetarianos não consomem carne de qualquer tipo, mas podem incorporar em sua dieta alguns derivados de origem animal, como leite, laticínios e ovos. Existem diferentes tipos de dietas vegetarianas, que apresentam restrições específicas. Essas dietas ainda serão exploradas mais tarde, contudo, podemos citar as mais comuns. As dietas VEG podem ser classificadas em: ovolactovegetariana, na qual estão presentes ovos, leite e laticínios; lactovegetariana, que inclui leite e derivados; e vegetariana estrita, em que são excluídos quaisquer produtos de origem animal.
A origem etimológica da palavra vem do latim "vegetus", que significa íntegro, são, fresco, vivaz. Realmente, as dietas VEG podem ser saudáveis e apresentar diversos benefícios se corretamente planejadas; muitas pesquisas realizadas indicam sua importância na prevenção e tratamento de doenças. Contudo, dietas vegetarianas mal balanceadas, assim como as dietas comuns, podem acarretar problemas de saúde. As patologias relacionadas à nutrição mais comuns na atualidade são obesidade, diabetes, pressão e colesterol altos, entre outras. Sobre o vegetarianismo, o que mais se ouve falar na mídia relaciona-se com déficit protéico, vitamínico ou de sais minerais. Todos esses fatores de risco, assim como as vantagens das dietas VEG, serão abordados em breve.
As dietas vegetarianas, embora muito enfocadas no mundo contemporâneo, datam de mais de 5000 anos, pois estes princípios já estavam delineados nos Vedas, as escrituras mais antigas da humanidade, seguidas pelos hindus. No budismo, o vegetarianismo também é seguido, devido ao princípio da não-violência e ao respeito a toda forma de vida. Esta dieta, conjugada com outros hábitos e atitudes, foi muitas vezes associada à purificação do corpo e da alma e é a base da medicina milenar indiana, a Ayurveda, que influenciou no desenvolvimento da medicina tradicional chinesa, árabe e greco-romana, até chegar às ciências da saúde de hoje. Atualmente, o vegetarianismo também é praticado em consideração aos direitos dos animais e à proteção do planeta e do meio ambiente, além do intuito de experimentar uma alimentação alternativa e mais equilibrada.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo

Figuras:

http://maluvfx.wordpress.com/2007/11/09/vegetarianismo/

http://ayurvedayogamahadevi.blogspot.com/
Postado por Rafael Mendes.

PKU - Introdução


A fenilcetonúria é uma doença de caráter congênito em que seus portadores não possuem a capacidade de degradar a fenilalanina, por conta de uma deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase ou das enzimas que sintetizam ou reduzem a coenzima tetrahidrobiopterina. O seu diagnóstico correto , através do teste do pezinho, deve ser realizado o quanto antes possível para que o tratamento da doença, que envolve dietas rigorosas, possa ser iniciado, evitando as manifestações clínicas severas da doença, como o retardo mental.

Abordaremos nas próximas postagens outros aspectos da PKU, como suas variações, os tratamentos, as necessidades nutricionais do fenilcetonúrico, entre outros.




Postado por Tiago Alencar

Galactosemia tipo 1


Existem basicamente 4 tipos de desordens metabólicas que causam a galactosemia, a Tipo 1 é caracterizada pela ausência da enzima galactose-1-fosfato uridil transferase(GALT), devido a modificações no gene responsável pela produção dessa proteina, fato que leva ao acúmulo de galactose-1-fosfato, galactose livre e galactitol (produto da redução da galactose catalizada pela enzima aldose redutase).

Sua herança é autossomica recessiva, estudos determinaram que entre 0.9 a 1.25% da população é heterozigota para o alelo da galactosemia tipo 1 e a incidência mundial varia de 1:60000 a 1:33000 recém nascidos. Fato interessante sobre a doença é que neonatos nascem saudáveis, com níveis de peso normal e com o começo do aleitamento materno começam a perder peso e seguem-se esses sintomas: vômito, icterícia, letargia, edema e ascite (acúmulo de líquido no abdme) e a catarata que acontece em questão de dias ou semanas; a posteriore com a falta de tratamento podem aparecer danos mais severos como dano renal e sepsis (sindrome de resposta inflamatória sistemica), que junto com a insuficiência hepática produzem a morte da criança.

Muitos paises realizam testes pós-natais medindo galactose ou galactose-1-fosfato uridil transferase en sangue sobre uma tarjeta de papel, teste do pezinho, obrigatório por lei em todo Brasil; outro teste seria a análise da urina a procura de galactose e se confirmado medindo galactose-1-fostato e atividade de galactose-1-fosfato uridil transferase en glóbulos vermelhos, o mesmo que é feito no teste do pezinho.

O tratamento consiste em eliminar lactose e galactose da alimentação, o que inclui leite e seus derivados, assim como medicamentos que contenham algum resíduo desses produtos, permitindo alimentos que contenha galactose inferior a 5mg/ 100 grs, a dieta a ser administrada deve sempre levar em consideração o equilíbrio de macro e micro nutrientes de acordo com o sexo e a faixa etária, fazendo sempre reposições minerais, já 60% do calcio da alimentação provem do leite e seus derivados.

Mesmo com o diagnóstico precoce diversas complicações parecem ser independentes da dieta, estas inclem: Diminuição do quociente intelectual com a idade, ataxia na adolecência, retardo de crescimento, amenorréia primária ou secundária por hipogonadismo hipogonadotrófico. Uma possível explicação para esses fenômeno poderia ser o galactitol que produziria dano precoce ao cérebro e os ovários, outra seria uma diminuição de nucleotídios unidos a açucares, especialmente UDP-galactose, o que diminuiria a síntese de glicoproteinas e glicolipídios.

A dieta sem galactose não é efetiva para uma grávida heterozigota(apenas portadora da doença) de um feto homozigoto (apresentará a doença); em mãe homozigota a dieta é benéfica para o feto em gestação, porque a galactose e galactitol atravessam a placenta causando dano ao cristalino do feto.

Como foi visto o tratamento feito somente com a dieta não é totalmente efetivo, mas previne de morte, mediante isso novos tratamentos devem ser pesquisados para que a criança possa ter um desenvolvimento normal e uma vida saudável.

Referência e Figura: Revista chilena de nutrición
ISSN 0717-7518 versión on-line
Rev. chil. nutr. v.31 supl.1 Santiago nov. 2004
Postado por Felipe Ezequiel
ad
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Número de animais mortos no mundo pela indústria da carne, leite e ovos, desde que você abriu esta página. Esse contador não inclui animais marinhos, porque esses números são imensuráveis.

Bem Vindo ao Blog

Somos alunos do primeiro semestre de medicina da Unb cursando a matéria Bioquímica e Biofísica. Esse blog faz parte de uma série de outros, todos relacionados a bioquímica, mas com outros temas. Bioquímica da Nutrição é o nosso e pretendemos trazer novidades de forma leve e interessante.
Bon Apetit!