Bioquímica da Nutrição

Por uma Alimentação Saudável

PKU Clássica



A fenilcetonúria clássica é decorrente de uma deficiência na enzima Fenilalanina Hidroxilase (PAH), que catalisa a conversão da fenilalanina (Phe) em tirosina (Tyr). Com a ação dessa enzima prejudicada, ocorre o acúmulo de Phe no sangue e nos tecidos. As manifestações clínicas da PKU clássica não tratada são muito variadas, havendo algumas mais brandas e chegando a outras mais severas. Dentre elas, podemos citar deficiência na pigmentação da pele e cabelos, convulsões, eczemas na pele e os decorrentes dos danos ao Sistema Nervoso Central, como formação deficiente das bainhas de mielina, problemas psicomotores, microcefalia, chegando ao retardo mental, entre outros.
As baixas concentrações de Tyr decorrentes ocasionam uma deficiência na pigmentação da pele e dos cabelos, pois a primeira etapa da formação da melanina, que é a hidroxilação da Tyr pela enzima tirosinase, não ocorre.
O acúmulo de Phe no sangue promove a utilização da mesma em vias metabólicas pouco significativas em pessoas normais. A Phe reage com o alfa-cetoglutarato, produzindo glutamato e o fenilpiruvato. A enzima que catalisa essa reação é a fenilalanina transaminase. O fenilpiruvato, por ter uma estrutura parecida com a do piruvato, compete com o mesmo pela enzima piruvato translocase, que transporta o piruvato para dentro da mitocôndria. Essa competição acaba por restringir a produção de ATP a partir da glicose, sendo o ATP o único substrato oxidável para o cérebro. Uma outra proposta para explicar os danos causados ao Sistema Nervoso Central do portador da PKU foi feita a partir de estudos realizados por Bowden e McArtur, em 1972. A proposta alega que o fenilpiruvato inibiria a piruvato desidrogenase no cérebro. O fenilpiruvato é convertido também a fenilacetato e a fenil-lactato por descarboxilação e redução, respectivamente. Estes são apenas alguns dos mecanismos neurotóxicos da Phe e de seus metabólitos.
O tratamento da PKU clássica consiste basicamente na adoção de uma dieta especial, com alimentos de baixo teor fenilalaninêmico, e um suplemento de aminoácidos livres. A dieta do fenilcetonúrico, no fim das contas, se assemelha muito com a dieta vegan, abordada pelo colega Rafael. É também utilizado na dieta uma mistura de aminoácidos livres. O objetivo da dieta é suprir as necessidades metabólicas do organismo, como a síntese protéica e a produção de Tyr.
Caso a dieta seja mantida com rigor, principalmente durante a infância, o fenilcetonúrico pode levar uma vida normal, como demonstra este pequeno vídeo do YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=KUJVujhHxPQ

Referências:

-Marzzoco & Torres - Bioquímica Básica - Terceira Edição - editora Guanabara Koogan



Postado por Tiago Alencar



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Somos alunos do primeiro semestre de medicina da Unb cursando a matéria Bioquímica e Biofísica. Esse blog faz parte de uma série de outros, todos relacionados a bioquímica, mas com outros temas. Bioquímica da Nutrição é o nosso e pretendemos trazer novidades de forma leve e interessante.
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